O clima pesou de vez dentro do PL. Depois das críticas públicas de Michelle Bolsonaro à aliança firmada pela legenda com o ex-governador Ciro Gomes (PSDB) no Ceará, o partido decidiu agir rápido e convocou uma reunião de emergência para tentar conter os danos. A crise, que tomou grandes proporções nos bastidores, colocou a ex-primeira-dama no centro das atenções e acendeu o alerta vermelho no núcleo bolsonarista.
Segundo informações obtidas nos bastidores, coletadas pela Malu Gaspar, do ‘O Globo’, a reunião foi marcada para esta terça-feira (2), às 15h, na sede nacional do PL, e deve reunir Michelle, Valdemar Costa Neto, Flávio Bolsonaro e Rogério Marinho. Um integrante do partido resumiu o tom do encontro: “A ideia é dar uma enquadrada nela. Ela provocou uma hecatombe no partido e virou um agente de desestabilização”. De acordo com o dirigente, a sigla se mantém alinhada ao deputado André Fernandes, responsável pela articulação com Ciro.
Declarações de Michelle expõem feridas antigas e agravam tensão
A confusão começou no último domingo, quando Michelle participou do lançamento da pré-candidatura de Eduardo Girão ao governo do Ceará. No palco, ela classificou como precipitada a aliança entre o PL e Ciro Gomes, além de declarar apoio explícito ao senador do Novo. “Nós vamos nos levantar e trabalhar para eleger o Girão”, disse. “Essa aliança vocês se precipitaram em fazer.”
André Fernandes, no entanto, afirmou que a articulação contou com aval do próprio Jair Bolsonaro.
A mágoa de Michelle vem de longe: Ciro apoiou a ação no TSE que levou Bolsonaro à inelegibilidade por oito anos. Na época, o ex-governador escreveu no X: “Bolsonaro inelegível por império da lei”.
A situação gerou novo desconforto. Flávio Bolsonaro criticou a postura da madrasta e afirmou que “a forma com que ela se dirigiu a ele […] foi autoritária e constrangedora”.
O clima no PL, segundo fontes, segue longe de qualquer pacificação.
O que diz a primeira pesquisa presidencial após a prisão de Bolsonaro
A nova pesquisa CNT/MDA movimentou o cenário político nacional ao apresentar os primeiros números coletados parcialmente depois da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. A detenção, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, trouxe forte impacto ao debate sobre a sucessão presidencial de 2026.


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