Em oito capitais brasileiras, prefeitos recebem salários superiores aos dos governadores de seus Estados, em um cenário que chama atenção pelo contraste com a remuneração do presidente da República e de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
O caso mais emblemático é o de Cuiabá, onde o prefeito Abilio Brunini (PL) é o mais bem pago do País, com vencimentos que superam o do governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), e até do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Enquanto Mendes recebe um salário bruto de R$ 32,3 mil e Lula R$ 46.366,19 mensais, Brunini recebe R$ 52,9 mil, valor que ultrapassa o teto constitucional atualmente em R$ 46.366,19.
A remuneração do prefeito cuiabano é composta por um vencimento básico de R$ 34,9 mil e uma verba indenizatória de R$ 18 mil, instituída pela lei municipal 6.632, de janeiro de 2021. Segundo a legislação, o adicional serve como “compensatório ao não recebimento de diárias, adiantamentos, ajuda de custo, despesas com telefones celulares, segurança, alimentação e outras despesas inerentes ao cargo em atividades externas no município”.
Além de Brunini, outros prefeitos que ganham mais que os governadores de suas unidades federativas incluem:
•Rio de Janeiro (RJ): Eduardo Paes (PSD) recebe R$ 35.608, acima de Cláudio Castro (RJ), com R$ 21.868.
•São Paulo (SP): Ricardo Nunes (MDB) tem salário bruto de R$ 38.039,38, superando Tarcísio de Freitas (Republicanos), que recebe R$ 36 mil.
•Recife (PE): João Campos (PSB) recebe R$ 25 mil, acima de Raquel Lyra (PSD), que opta por receber os vencimentos de procuradora do Estado, de R$ 42 mil.
•Florianópolis (SC): Topázio Neto (PSD) ganha R$ 38.948, enquanto Jorginho Melo (PL) recebe R$ 25.322.
•Goiânia (GO): Sandro Mabel (União) recebe R$ 37.563, superando Ronaldo Caiado (União), com R$ 32.062.
•Curitiba (PR): Eduardo Pimentel (PSD) tem salário de R$ 35.246, acima de Ratinho Jr. (PSD), que recebe R$ 33.763.
•Fortaleza (CE): Evandro Leitão (PT) recebe R$ 22.880, superior ao de Elmano de Freitas (PT), R$ 20.629,59.
O fenômeno de prefeitos com salários maiores que os governadores acende um debate sobre limites constitucionais e transparência na administração pública, levantando questões sobre justiça fiscal e prioridade de recursos públicos, principalmente em tempos de crise econômica.

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