Os gastos federais com Previdência, Saúde e com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) alcançaram o recorde de R$ 1,23 trilhão em 12 meses, até maio. O montante equivale a mais da metade de todo o gasto primário do governo.
O crescimento dessas despesas está vinculado, principalmente, à decisão do governo de indexar o salário mínimo ao crescimento do PIB. Isso pressiona os gastos com Previdência e BPC, pago a idosos e a pessoas de baixa renda com deficiência, e também com a volta do piso constitucional para Saúde, atrelado ao crescimento da arrecadação do governo.
A avaliação no mercado é de que o esgotamento do ajuste fiscal pelo lado da receita, com o agravamento do desequilíbrio das contas públicas, é um dos fatores que explicam a piora das expectativas para a inflação e a arrancada do dólar nas últimas semanas.
Neste último caso, também pesaram as declarações quase diárias o presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a atuação do Banco Central e o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto. Ontem, numa mudança de tom, Lula disse que a responsabilidade fiscal é compromisso do governo.
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