Consumidor está menos otimista agora do que estava em dezembro, aponta Instituto Ipsos

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) calculado pelo Instituto Ipsos fechou janeiro em 56,1 pontos, uma queda de 0,4 ponto percentual em comparação com dezembro. Essa é a terceira queda consecutiva do indicador. Na comparação com janeiro de 2023, o indicador subiu 0,9 ponto.

Mesmo assim, o resultado ainda coloca o Brasil entre as cinco nações mais otimistas da pesquisa, realizada em 29 países. O país fica atrás da Índia (66,5), Indonésia (65,1), Tailândia (58,8) e Cingapura (57,7).

Segundo Marcos Calliari, CEO do Ipsos no Brasil, a sequência de quedas deve ser observada com atenção. Mas aponta que 2023 pode ser definido como o ano mais estável e um dos mais positivos da última década.

Em julho de 2023, o indicador alcançou 60,1 pontos – dado que não registrava desde janeiro de 2013. Conforme Calliari, o primeiro semestre de 2023 foi marcado por aumentos constantes no ICC.

Já no segundo semestre, as quedas começaram em agosto. “Houve uma recuperação em outubro. No entanto, não durou muito tempo, e em novembro o indicador voltou a cair, comportamento que perdurou nos meses seguintes”, diz Calliari.

Segundo o CEO, o fim de ano não foi positivo para o consumidor brasileiro, já que o comércio registrou uma Black Friday ruim, o pior Natal desde 2020 e dados do Serasa Experian mostram que as vendas do varejo físico recuaram 1,4 ponto percentual em comparação ao mesmo período do ano passado.

Para ele, o primeiro semestre foi um reflexo da lua de mel de parte da população com o novo governo, que gerou expectativas de mudança e a volta do crescimento.

O executivo diz que alguns problemas no fim de ano abalaram essa relação e que para 2024, as ações do governo federal vão ditar a continuidade de quedas ou uma possível recuperação da confiança do consumidor.

“A seu favor, o governo tem as perspectivas macroeconômicas que seguem positivas para 2024, principalmente com relação ao PIB, embora este tenha desacelerado no segundo semestre, e à queda da inflação e dos juros”, afirma Calliari.

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